Frutos do cerrado de Mato Grosso do Sul como pequi, bocaiúva, jatobá, cumaru, entre outros, podem ser grandes aliados na dieta, além de impulsionarem a economia. Sua utilização na alimentação para a garantia de benefícios à saúde foi debatida na Cozinha Experimental do Comper Jardim dos Estados, em Campo Grande, na tarde dessa quinta-feira (20), em alusão ao Dia da Árvore, celebrado anualmente em 21 de setembro. A iniciativa foi da Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), em parceria com a Rede Comper.
O projeto Diálogos objetiva a promoção de rodas de discussão sobre assuntos voltados à temática meio ambiente, com realização durante os períodos das quatro estações do ano. Em sua quarta edição, o ‘Diálogo da Primavera’ abordou os sabores do cerrado na alimentação.
Rodrigo Giansante, diretor de planejamento ambiental da Planurb, explica que o bioma cerrado é diverso e oferece uma série de castanhas e frutos ricos em nutrientes. Segundo ele, esses alimentos possuem proteínas, fibras e minerais, podendo ser consumidos em sua forma natural e também em sucos, sorvetes, geleias, bolos, mingaus, entre outros aperitivos. “É um tema que merece ser debatido para a troca e ampliação de conhecimentos que podem ajudar e muito na saúde das pessoas”.
O projeto Diálogos, na edição Diálogo da Primavera, contou com palestra ministrada pela equipe do programa “Sabores do Cerrado e Pantanal: valorização de plantas alimentícias do Pantanal e Cerrado”, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), liderado pela professora doutora Ieda Maria Bortolotto. Em seguida houve aula show de culinária utilizando frutos do cerrado, com degustação de bolo de bocaiúva, biscoito doce de jatobá, palitinho salgado de pequi e torta de jatobá com frango.
Conforme Ieda, o programa resgata conhecimento a respeito das espécies nativas e difunde seu aproveitamento na alimentação. “As farinhas de jatobá e bocaiúva, por exemplo, são muito nutritivas, ricas em fibras e contêm cálcio, sais minerais, potássio e até ômega 3”.
O evento foi assistido por aproximadamente 40 participantes, que puderam aprender sobre o uso desses alimentos e a sua importância para a economia e o desenvolvimento de comunidades de Mato Grosso do Sul, por meio de palestra da professora Ieda. Cabe lembrar que os ingredientes feitos a partir dos frutos nativos podem ser encontrados no Mercadão Municipal, Feira Indígena e na Central de Comercialização de Economia Solidária, que fica na rua Marechal Cândido Mariano Rondon, 1.500.
Dia da Árvore – Também em alusão ao Dia da Árvore, a concessionária Águas Guariroba doou 250 mudas de jenipapo e 50 mudas de ipê à Rede Comper, que foram oferecidas gratuitamente aos clientes das 12 lojas em Campo Grande nesta sexta-feira (21).
O jenipapo é uma árvore que chega a 20 metros de altura e é da família Rubiaceae, a mesma do café. Em guarani, o nome quer dizer “fruta que serve para pintar”. Isso porque, do sumo do fruto verde, se extrai uma tinta com a qual se pode pintar a pele, paredes, cerâmica etc.
Já o ipê é o gênero neotropical mais comum da família Bignoniaceae. Em 1978, a lei 6.507 oficializou a flor do ipê como a flor nacional do Brasil. As árvores do gênero são de grande porte e possuem copas abertas e irregulares nos indivíduos jovens, enquanto, nos adultos, são arredondadas e elevadas.
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