Segundo a notícia da agência AFP, divulgada pela revista Info, o primeiro arroz geneticamente modificado do mundo poderá ser aprovado dentro de dois ou três anos nas Filipinas. A novidade vem do Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI) e do Departamento de Agricultura das Filipinas, que também revelam que o alimento receberá o nome de “arroz dourado”.
“O arroz dourado está chegando. Está no forno e grande parte do desenvolvimento e pesquisa principal já foi concluída”, afirma o vice-diretor-geral do IRRI, Achim Dobermann.
Se o lançamento for aprovado e confirmado, o arroz dourado será o primeiro arroz geneticamente modificado do mundo a ser comercialmente lançado. Dobermann lembra que atualmente a China trabalha com uma variedade de arroz modificada para resistir às pragas, mas não há notícias de que essa versão do alimento será lançada do mercado.
A polêmica do arroz
A diferença entre o arroz comum e o arroz dourado é que o segundo foi modificado para produzir vitamina A, que é um nutriente que falta na dieta das pessoas de países em desenvolvimento, o que dá margem para o surgimento de doenças.
Mesmo com um nobre objetivo por trás de seu desenvolvimento, os ambientalistas defendem que – assim como acontecem com outros alimentos geneticamente modificados –, a longo prazo os efeitos colaterais nocivos podem acabar sendo maiores do que os benefícios. O posicionamento dos ambientalistas contra a produção do arroz dourado os levou a destruir uma das produções em agosto deste ano.
O Greenpeace é uma das principais instituições ambientalistas que estão envolvidas na causa: “Já há soluções e programas sendo implementados pelo governo das Filipinas para reagir à deficiência de vitamina A no país e eles já são adotados e são eficazes”, destaca em um comunicado Daniel Ocampo, ativista do Greenpeace. Vale lembrar que a instituição já conseguiu uma decisão judicial que suspendeu os testes de campo com berinjelas geneticamente modificadas.
Um problema que persiste
Apesar da polêmica ser recente, de acordo com a BBC o projeto de desenvolvimento do arroz dourado começou em 1993 com pesquisadores alemães e o patrocínio da Rockefeller Foundation. O principal objetivo de modificar geneticamente o arroz é para que ele passe a produzir betacaroteno, substância que é convertida em vitamina A pelo corpo humano.
A falta de vitamina A no organismo aumenta as chances de cegueira e a suscetibilidade a doenças. Infelizmente, esse é um problema comum entre crianças de países em desenvolvimento. Segundo os dados da Helen Keller International, cerca de 670 mil crianças morrem anualmente pela deficiência de vitamina A, enquanto outras 350 mil ficam cegas.
Estima-se que uma xícara de arroz dourado possa dar conta de metade da recomendação diária da vitamina para um adulto. Os pesquisadores defendem que o desenvolvimento do arroz geneticamente modificado é ainda mais relevante nas Filipinas, onde 1,7 milhão de crianças menores de cinco anos são afetadas pela deficiência da vitamina A.
Fonte: site Mega Curioso
Perfil Profissional